segunda-feira, 30 de setembro de 2013

[rasgo de envelhecer]




(1)







pouso o amanhecer que me inquieta, mas não paro . ouço risos infantes que já se misturam com os meus, sem tempo . acalmo músicas e distâncias que quero dentro . uma fogueira pra cada solidão que ainda crepita . passos diversos me ensinam outro caminhar inusitado . cada vez mais sei levitar em vapores de sertão . acreditar está para pouco mais que sonhar . com agulhas e bordados também teço escritas . moro em lua de pano quando sigo alta madrugada . faltam poucas pedras em meu pé.de.serra . sonho imensidão povoada de lirismos e todos indecisos entre azul e verde . abro tardes instaladas em fins porque escurecem cedo nossos começos . sozinha, ainda não sei ouvir noites sinfônicas, mas noitifico cada grilo insone . meus hojes vaticinam ontens despidos de amanhãs e assim sou sempre aprendiz de almas poéticas . vagalumes cada vez mais raros, salvo-os aqui, acesos em palavras.lume, a guiarem meus repertórios quase tolos . em.velho.ser, agradeço alegrias a cada dobra de pele.corpo . misturo chás pra beber euforia em doces goles . avizinha-se o tempo que não tenho agora, desculposo por tanta ingratidão . perdoo vozes de maria-vai-com-as-outras em vias de contra.eco . hoje tarda porque reconheço detalhes ínfimos pela universidade de raras humanidades . amanhã não me aborrece porque aposto na surpresa de cada dia . vou com as lidas.lições e ví.vida . 



30.09.2013



Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva

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(1) FONTE DA IMAGEM: acervo particular da autora. Tirada em set./2013, entre a Glória e Santa Tereza - RJ/Brasil. 

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