sábado, 28 de janeiro de 2012

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vermelhos sem vertigem assomam e não há rastros. vivo a delicadeza de certo olhar. ter o rumo e quase não saber andar. traço um caminho de revés. meu pensamento tem claraboias de sorrisos e lágrimas. passos de um livro que não sei ler. acalento o que amo em sinestesias de um tempo esquecido. perto não é da ordem do que preciso.

28.01.2012




[Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva]

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* Foto do acervo da autora.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

sinos de vento

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a noite passa por mim na música dos ventos

horas e águas tem ritmos parecidos, mas nunca se igualam

páro pra sentir vento e mar em equilíbrio deselegante

dentro do escuro as ondas disfarçam medos e ouvimos somente seus soluços

areia molhada.seca conspira com os ventos pra acalmar tantos mares em fúria de verão

mal sabe cada grão ínfimo das sandices eólicas

planos abortados a cada flor que toca o mar

ciclos quebrados, deuses contrariados

destino toma a frente das multidões e rege o coro de corações

ainda há casas sobre o mar, antes que o sol quebre o encanto daquelas brumas que tocaram meus sonhos

com os olhos posso ver apenas o que os outros sentidos permitem e essa mágica me basta

03.01.2012



[Andréa do N. Mascarenhas Silva]


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(1) Imagem - http://schsonia.blogspot.com/2008_12_01_archive.html