quinta-feira, 26 de setembro de 2013

[cênica]





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nem orto nem doxa . natureza viva pra contradizer sempres .  maio com laivos de fevereiro . histriônica certeza de não ser quem penso . apresento minhas versões melhoradas em incertos arquivos de byte . quero entender eterno balido que me toma os ouvidos cedo ou tarde e nunca diminuto . ser em paris ou em qualquer mundinho, importa o que invento . tenho tempo para arredores de porvir . luzes encontram passos que abrem madrugadas . eternidade se avizinha no alcance do facho . olhos semicerrados abandonam adeus apressado . deixo as cortinas correrem sem se fecharem - eis a plateia que espera por mais . torres imitam gravatas em tempos de protocolo . paisagens verticais me tomam o fôlego e me querem como elas: de passagem, esticada, à margem . esqueço a velocidade da luz pra ouvir grilos em noite de estrelas . tantas cidades caducam incertezas de gente dormente . claridades intrépidas tomam árvores de supetão quase o ano inteiro. em vão a metrópole não dorme . alenta-me a certeza de sempre.vivas.primaveras .. ervas que deixam praças e invadem bancos .. tinta.cor a subir pelas paredes sem cobrar ingresso .. sapatilhas de ponta sobre asfalto .. cenas de Maiakovski no botequim ..





26.09.2013





Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva

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(1) Fonte da imagem: http://imguol.com/2013/01/31/jan2013-foto-tirada-por-pe-lu-do-restart-mostra-a-torre-eiffel-cartao-postal-de-paris-1359644684857_1920x1080.jpg

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