Um "arquivo" impertinente, móvel, virtual e não só - pessoal/coletivo e que não pede licença para existir. Aqui tintas virtuais em infinitos tons de azul caem sobre as palavras, enquanto imagens inauguram outras linguagens. ESTE BLOG É UMA INVENÇÃO DA AUTORA [ © Andréa do N. Mascarenhas Silva ∞ ]. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. IBSN 19-09-2009-19. Modelo e tecnologia Blogger..
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
[rasgo de envelhecer]
(1)
pouso o amanhecer que me inquieta, mas não paro . ouço risos infantes que já se misturam com os meus, sem tempo . acalmo músicas e distâncias que quero dentro . uma fogueira pra cada solidão que ainda crepita . passos diversos me ensinam outro caminhar inusitado . cada vez mais sei levitar em vapores de sertão . acreditar está para pouco mais que sonhar . com agulhas e bordados também teço escritas . moro em lua de pano quando sigo alta madrugada . faltam poucas pedras em meu pé.de.serra . sonho imensidão povoada de lirismos e todos indecisos entre azul e verde . abro tardes instaladas em fins porque escurecem cedo nossos começos . sozinha, ainda não sei ouvir noites sinfônicas, mas noitifico cada grilo insone . meus hojes vaticinam ontens despidos de amanhãs e assim sou sempre aprendiz de almas poéticas . vagalumes cada vez mais raros, salvo-os aqui, acesos em palavras.lume, a guiarem meus repertórios quase tolos . em.velho.ser, agradeço alegrias a cada dobra de pele.corpo . misturo chás pra beber euforia em doces goles . avizinha-se o tempo que não tenho agora, desculposo por tanta ingratidão . perdoo vozes de maria-vai-com-as-outras em vias de contra.eco . hoje tarda porque reconheço detalhes ínfimos pela universidade de raras humanidades . amanhã não me aborrece porque aposto na surpresa de cada dia . vou com as lidas.lições e ví.vida .
30.09.2013
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) FONTE DA IMAGEM: acervo particular da autora. Tirada em set./2013, entre a Glória e Santa Tereza - RJ/Brasil.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
[cênica]
(1)
nem orto nem doxa . natureza viva pra contradizer sempres
. maio com laivos de fevereiro . histriônica
certeza de não ser quem penso . apresento minhas versões melhoradas em incertos
arquivos de byte . quero entender eterno balido que me toma os ouvidos cedo ou
tarde e nunca diminuto . ser em paris ou em qualquer mundinho, importa o que invento
. tenho tempo para arredores de porvir . luzes encontram passos que abrem
madrugadas . eternidade se avizinha no alcance do facho . olhos semicerrados
abandonam adeus apressado . deixo as cortinas correrem sem se fecharem - eis a plateia
que espera por mais . torres imitam gravatas em tempos de protocolo . paisagens
verticais me tomam o fôlego e me querem como elas: de passagem, esticada, à
margem . esqueço a velocidade da luz pra ouvir grilos em noite de estrelas . tantas
cidades caducam incertezas de gente dormente . claridades intrépidas tomam árvores
de supetão quase o ano inteiro. em vão a metrópole não dorme . alenta-me a
certeza de sempre.vivas.primaveras .. ervas que deixam praças e invadem bancos ..
tinta.cor a subir pelas paredes sem cobrar ingresso .. sapatilhas de ponta
sobre asfalto .. cenas de Maiakovski no botequim ..
26.09.2013
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) Fonte da imagem: http://imguol.com/2013/01/31/jan2013-foto-tirada-por-pe-lu-do-restart-mostra-a-torre-eiffel-cartao-postal-de-paris-1359644684857_1920x1080.jpg
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
[líquida aquarela insurgente]
(1)
quero endoidecer os relógios do mundo com meu tempo às avessas . deixo meu amanhecer inundar tua capacidade de flor(ir) . não me incomodam pensamentos rasos, estão perdoados até a última geração . (des)aparecem meus rastros e nem toda sutileza me basta . sou amiga da lua, que me ensina a comover o sol . como o astro.rei deixo luzes escaparem sem alarde . aprendo com palavras tolas a subverter lógicas perversas . entendo palavras invasivas que tomam corpos qual marionetes . meu sentido anti.horário segue o correr dos dias que não se deixa destruir . tenho ideologias de sobra e com elas reflo(resto) campos sem cor . ensino o tom das sombras que desvirtuam olhares e quase passam despercebidas . aquarelas novas escorrem do que consigo vislumbrar, in(e)visíveis . de propósito ensaio peça que pode ser muito mal interpretada e nesse teatro enceno acesso livre ao que nele deixo de mim feito obra aberta . sou hoje porque fui ontem e amanhã é já dentro do que invoco e me invento . derretem e somem no esgoto resquícios de nadificação que não acompanham meus passos . sou das marés que encabulam pensamentos limitados, pela insistência, pelo simples fato de ir.e.vir . aprendi liberdade com quem nunca teve direito a tê-la e por isso a emanava e refletia . devaneios desse texto já esvoaçam outras vias líquidas em que preciso navegar.sem.fim . lá estou e sou .
19.09.2013
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) Fonte da imagem original: http://www.substantivoplural.com.br/wp-content/uploads/2010/05/mulher-correndo-mar.jpg | Fonte da Edição: http://pixlr.com/express/
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