domingo, 27 de novembro de 2011

espelho reverso

(1)



iluminuras . barco que navega nuvens . portas esculpidas em sombra . riachos sem curso certo . rotinas descompassadas rumo ao infinito . estrelas que conduzem sonhos . manhã sem.som.sol.sal . respingos de lágrimas velhas borram meus escritos . já não vivo esse tempo . percorro uma ponte estrangeira em minhas quimeras . alcanço alegria com vento no rosto, à janela . imagens tecidas entre cores e lembranças de nós .
25.11.2011




alma . escopo de saudade . retira-se de mim sem permissão . espreita-me de longe, restritiva . vento lírico que nos leva . sonata de amor que guardo no peito . fantasia invade cada vez mais minha cidade-razão . não perco tempo com lamentos . há um universo feito de palavras . alma e eu: prontas a navegar . temos um espelho que nos aproxima e nos dá espaço paralelo, sempre ao contrário .
24.11.2011




rosário de estrelas . vejo madrugada sem neblina, a me enfeitiçar . esqueço as horas . recorro ao mar de sempre amar . saudade escorre pela barra do vestido . Minas me atrai faceira-generosa . trago sonhos na bolsa pra tomar de hora em hora . neste papel virtual ainda cabem borrões . desperto de um lamento .

23.11.2011



[Andréa do N. Mascarenhas Silva]


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(1) FONTE DA IMAGEM: http://www.fotosimagens.net/espelho.html

de ruas e tempos

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sem tempo . quero poder desmantelar o tempo que nos deixa acuados e nervosos para cumprir seus caprichos . o cheiro da invernada sertaneja que me traz você . das águas que jorram quentes do seio.seco.sertão, só teu suspiro em deleite e o impossível que nasce de nossos abraços evasivos .
19 e 20.11.2011


intermitente . imaginação turvada . a praia da atenção está deserta . trabalho que quer ser invadido por outra música . a um passo daquele trem, tenho Minas a passear em mim . urjo sem sintonia . da calma quero o sentido menos conhecido . respiro o universo .
14.11.2011


um lírio sobre a rua . quase um redemoinho de ideias . quase um abismo lírico . pedras sorrateiras..., ontem amigas . sombras que volteiam o resto de meus sorrisos . o inverso... de que preciso .
17.11.2011


[Andréa do N. Mascarenhas Silva]


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(1) FONTE DA IMAGEM: http://sobsuspeitas.blogspot.com/2008_10_01_archive.html

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

noite

 (1)




neblina fina que me envolve 
atmosfera em que viajo até você 
frio aconchegante 


ainda há rasuras em nossa linguagem 
não cabemos nesse tempo que nos quer sozinhos 
enfileiramos silêncios pra nos aproximar 


minha sensibilidade namora tua razão 
tenho uma janela para ver a lua que te vê 
abro as portas para um sonho possível 

pela noite, rumo à madrugada 
alumio o escuro com o brilho de certas palavras 
teço um livro pra compartilhar nossas invenções 


não tenho pés para o abismo 
tenho alma estradeira 
há riscos, desafios? sim, adrenalina necessária 


hoje me vi pintada de anjo 
passarinho se fez presente só pra te ver 
perdi-me em pensamentos entre a leveza e a reflexão 

10.11.2011



[Andréa do N. Mascarenhas Silva]

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(1) IMAGEM: http://2.bp.blogspot.com/_uMcfQ_6NQcE/SNzxUb4-OxI/AAAAAAAAA_M/m-b-VrSlxh0/s400/noite.jpg

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

quase solidão

 (1)



estio
          mar afugentado de ti
rito apenas imaginado



          penso em rede e arandelas
um sonho estreado
                    entre montanha e mar


    
     dia que se faz noite
de repente
                  enquanto saio de minha ilha



          trago jornal no peito
nossas notícias intemporais
     que vagueiam pelos espaços entre nós


 
17.12.2011



[Andréa do N. Mascarenhas Silva]


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edição de encantamentos



(1)



olhos . não quero tristeza naqueles olhos . mesmo que trancados, imaginam meu corpo pelo avesso . quero ser água cristalina para banhá-los de alegria . minha alma ultrapassa aqueles olhos qual chuva sem vento . há um palco nosso feito de neblina ali dentro . contornos, imagens tremulantes, aromas de amor . eis um de nossos espaços inventados mais nem tanto . nós, a noite e a lua em nós . rabiscamos um verso com estrelas meninas . orvalhos choram a cada passo de nossa dança . espelhos se quebram com ciúmes ressequidos . somos nós e muitos não acreditam . quero palavras derramadas sobre nosso caminho e um anjo a compor livros amorosos . rasgo a lira triste que anoitece teu olhar . desse flash.encontro aqui deixo sinal.ritual . 03.11.2011



edição de mistérios . antes da lua nos encontramos. era bruma de amanhecer . nossos passos e a imensidão . à beira de tuas páginas qual sombra de sonho . um aceno de olhar cálido . sem tristeza ou alegria nos damos ao acaso dos sentidos . império sem domínio que habita em nós . do absurdo ao sorriso percorremos juntos à luz da necessidade . nossos mistérios são abertamente forjados e pagos com a crença pública .
01.11.2011



tempo . ouço palmas que voam de teu encantamento até meu mais profundo imaginário . tem estrelas em nosso instante lírico . navegas por teu parto.palavras . entontecem meus sentidos os ares que emanam de tua alegria . deito sobre o enlevo que hoje respiras e escapa por tua alma arredia . tem um tempo marcado pra nós: data e lugar . moramos nesse entrecho temporal . alcanço a hora: não tarda tua palavra incandescente a soprar-me poéticas ao pé do ouvido .
27.10.2011



[Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva]

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