quinta-feira, 22 de outubro de 2009

vontade de escrever: escreviver





(segunda versão)





| vontade de escrever: escreviver |


sem dor e sem silêncio tempo não corre. vertiginosa não é a vida . nós somos .

da compulsão por tomar conta do que (de quem) faz parte do nosso quinhão de existência, vida mais e mais se nos escapa por entre os dedos .

dor, essência que nos acompanha desde sempre . por quê? tudo se inventa . invento vida sem dor .

tentativas de entender: o que se passa? lateralidades me rodeiam, transpassam, saem de mim .

noções gerais de alteridade: pressuponho tua ótica.vida . o que nos envolve . o que se tornar múlti.pl@.facetad@ . o que mais e mais nos envolve .

há muito . não transito caminhos retilíneos . pés (des)obedecem: vias e veios despercebidos .

encanto: tradução de passado resistente aos tempos .
espera meu olhar, facho de presente – movimento .
tempo, apreensível, palpável .
sensações de maleabilidade .
privilégio: ou tempo se dobra ou me dobr@ - possibilidades.
 





(primeira versão)


07/10/2009


Sem dor e sem silêncio percebo que o tempo não corre. Não é a vida que é vertiginosa: somos nós; e da nossa compulsão por tomar conta do que (ou de quem) faz parte do nosso quinhão de existência é que ela mais e mais se nos escapa por entre os dedos.


17/10/2009


A dor é essência que nos acompanha desde sempre. Não deveria ser assim. Já que tudo se inventa, vou inventando a vida sem dor, na tentativa de entender o que se passa em quase todas as lateralidades que me rodeiam, que me transpassam e que saem de mim. Depois que aprendi noções gerais de alteridade, não consigo mais não pressupor a tua ótica sobre a vida que nos envolve e que acaba por se tornar múltipla, multifacetada e ainda assim mais e mais nos envolve.



19/10/2009

Há muito não transito pelos caminhos retilíneos. Meus pés já sabem (des)obedecer e encontrar os veios talvez mais despercebidos.

Encanto: é como me traduzo diante de um objeto que pertenceu ao passado e resiste até hoje, como a esperar meu olhar, o facho de presente sobre o qual posso me movimentar. Nesses momentos o tempo é facilmente apreensível, quase palpável, o que dá uma sensação de maleabilidade e privilégio ao mesmo tempo. Não sei se o tempo se dobra ou sou eu quem o faço - há aqui muitas possibilidades.



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(FOTO: Academia de Letras da Bahia - SSA/Nazaré - acervo particular)

Você




(segunda versão)




| você |


galope de
vento.vivo

em teu ser
vi.vo(u)

presa de minhas amarras

solta,
na ponta do pé

no facho
quimera
tuas
vias

eu.possível

flor
(e)
c/ser

 





(primeira versão)


galope de vento.vivo
vivo em teu ser
presa a minhas amarras
solta, na ponta do pé
no facho de uma quimera
tua quimera
que me faz possível
que me faz flor(e)cer/ser


07/10/2009


Andréa do N. Mascarenhas Silva


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FOTO: (acervo particular)