terça-feira, 5 de junho de 2012

[poética dos pés]






















(1)




dos pés

faço chão

da bruma

imensidão

vasto império das manhãs



vem, aurora

empresta-me cor

seu traço roubado

perfaz meu torpor

vestida de SOLidão



da réstia que passa

peço emprestado rio.sensação

doce carícia de tempo

que escorrega sobre nós

e a imprecisão



de soslaio

encosto a imaginação

em teu tempo sedutor

perfumado em nossas eras

abrasado pelo toque sempre presente



na calçada

deixastes o passo ao lado do meu

na mesma vereda

das eternas pedras tristes

por nós


(...)
perco a réstia da árvore que já não vejo

mas não o assombro

da tua mão a serviço da convenção



05.06.2012





Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva


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(1) Foto - acervo particular da autora.

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