segunda-feira, 4 de abril de 2016

[ espera ]























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Pra Suani Vasconcelos





janeiros atropelam . chuvas lavam catástrofes . literaturas invadem juízos . bebo brisas e réstias e o que preciso . espero sob o sol que se me esquece em meio a tarde . faltam lápis, papel e algum sorriso . visto imaginação e muito azul, enquanto descansa o poema . indecisas palavras me acompanham na mesma xícara . cedo meu lugar à paisagem . teu lugar jaz vazio . vejo-me de revés, antes do olhar . reações me surpreendem e nelas me reconheço em evolução . nojos mudam, ao tempo que se dissipam . nada pode ser antes que aconteça, graças ao futuro que espreita a arquitetura dos gestos que ainda vão abalar ventos . sei de mim no desenrolar das cenas que improviso, em múltiplas gradações de automático . conto instantes: os que se bastam e sobretudo os desimportantes . mar, meu quintal, recebe nossos passos assombrados e todo medo inventado . comecem, agora, lições cambiantes de ir e vir, ad æternum . ainda se faz invisível a chave que atende pelo nome de interseção .


15/01/2016


Andréa Mascarenhas


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(1) Fonte da imagem: https://38.media.tumblr.com/d13c5b0549516c7140fd751561fce272/tumblr_muqgdmXPuA1qftn52o1_500.gif

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