quinta-feira, 5 de julho de 2012

[luz.estação]

(1)



estação . frio passa entre nós . espaços rasgados nas calçadas . vejo a paisagem de ontem pintada no muro e me vejo em espelho multicor . na rua os tempos se encontram e estamos lá .


luz . mirantes de mim por onde sinto a alma gélida . asas de borboleta anunciam dias difíceis . alcanço um fio de luz que não me contenta . ainda não sei ler as linhas tortas de Deus . espalho tantas sombras e estas tecem meus labirintos . inomináveis são tuas palavras que mais e mais evolam sem chegar até mim . temos a chave de outro mundo em que nossas línguas são irmãs . sem altos ou baixos nosso castelo se constrói sobre cada não . ignoramos ranço e poder que não mais nos paralisam .




encontamos nosso passado deslocado de lugar . atualizamos o som das palavras velhas . uma mesma sintonia foi recobrada: da pele aos olhos, da boca ao ouvido, em novas caminhadas . 





pisamos futuro distante em ensaio marcado por uma estação completamente estranha a nós . quero elaborar planos e que soem insanos . ter a palma da mão em forma de mundo e poder ainda dar as mãos .



27.06.2012 e 04.07.2012


Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva


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(1) FONTE da imagem: http://diariosanimais.blogspot.com.br/2009/01/joo-estao-da-luz.html

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