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orquestra de violões . cheiro de música antiga, invade . farol em
desapego de noites . ruínas de hoje . madrugadas em que deito teu sono,
em claro . de tanto, pouco . de pedros, heranças . sem vestido ou
glória, histórias . corais, só ecos de mar . sinos: independência
dissonante . silêncio in.sepulcro . nunca te gerei no tempo.templo .
nascimentos e escuros . serão ventos esgarçados de dor que tomam as
frentes . jamais predomina em mando alheio . palavras.flor,
cerimônias . lágrimas vermelhas em rios de dentro . justiça e direito
secam antes de correrem . cascatas ondeiam teus temores . sem resgate,
salvo liberdades e folhas . aleluias entre.mundos ganham almas quase de
mãos dadas . canto novo se entoa sobre oceanos . suprimentos de
esperança, qual chuva necessária se derramam, quem sabe, quando amor for
moeda mais que junção de sen.tidos . santos, carurus e prata . fogos de
artifício espocam, tristes . bambinos choram e ainda nascem nus, sem
nome . mundo.mundis, vasta ilusão in.escrita . capítulos marginais não
mais se perdem . enganam fossos de byte . livro, vida e cânone:
invençSÃOões . já não sei se se salvam ternura e inocência . meus olhos
alheios dizem: ainda morre na praia infância esquecida . desterros
enganam . chaves, cadeados, fronteiras .
Andréa Mascarenhas
25 e 28.12.2016
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(1) Fonte da imagem: acervo particular da autora.
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