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Pra Suani Vasconcelos
janeiros atropelam . chuvas lavam catástrofes .
literaturas invadem juízos . bebo brisas e réstias e o que preciso .
espero sob o sol que se me esquece em meio a tarde . faltam lápis, papel
e algum sorriso . visto imaginação e muito azul, enquanto descansa o
poema . indecisas palavras me acompanham na mesma xícara . cedo meu
lugar à paisagem . teu lugar jaz vazio . vejo-me de revés, antes do
olhar . reações me surpreendem e nelas me reconheço em evolução . nojos
mudam, ao tempo que se dissipam . nada
pode ser antes que aconteça, graças ao futuro que espreita a arquitetura
dos gestos que ainda vão abalar ventos . sei de mim no desenrolar das
cenas que improviso, em múltiplas gradações de automático . conto
instantes: os que se bastam e sobretudo os desimportantes . mar, meu
quintal, recebe nossos passos assombrados e todo medo inventado .
comecem, agora, lições cambiantes de ir e vir, ad æternum . ainda se faz
invisível a chave que atende pelo nome de interseção .
15/01/2016
Andréa Mascarenhas
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(1) Fonte da imagem: https://38.media.tumblr.com/d13c5b0549516c7140fd751561fce272/tumblr_muqgdmXPuA1qftn52o1_500.gif
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