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passarinhos invadem a tarde cinzenta e puxam uma gaveta na memória . formigas se preparam para a invernada . penso nessa nuvem molhada, parte do chão sertanejo que me cabe . não resisto ao registro do instante que me envolve há dias . paira uma leveza arrebatadora e que me conduz facilmente a outros estados de ser . inglória, luto ao lado da razão . em vão . tempo do sentir se faz (ins)urgente . toques de chuva enfeitiçada eternizaram nossa madrugada . os mesmos passos trocados . não ouso enfrentar o universo, quando conspira por nós . dedico energias cotidianas a Guimarães Rosa e tuas Gerais por um tempo ainda ficarão apartadas de mim . só teu trem fantástico pode atravessar minha insônia . quase me perco na labuta de tantas frentes, mas resisto . calma deixa rastro de pedrinhas alvas pra que encontre teus caminhos . preciso amanhecer como alvorada e aurora e anoitecer como sol e lua . qual vitória régia em curso de rio nascente, traço um baile sinestésico pra breve .
10/06/2013
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) FONTE DA IMAGEM: http://passosdepassarinho.blogspot.com.br/
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