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réstias
palavras antigas arrastam tempo . signos me perseguem: movimentos de vácuo . estrelas me aproximam de teu brilho fosco . manhã aborta teus desesperos mais sutis . no descalabro da cidade perdes teu sonho de menino .
30.09.2011
vento
vestida de imaginário
arquiteto nossa praça
lá, valsas como quem amas
brisa me leva ao passado
nas escadas de um coreto
vestido branco e foto perdida
hoje teço lembranças com fios recentes
meus sapatos colorem a estrada
nela vamos juntos uma vez mais
madrugada nos espreita em frio
dentro da noite: encontros
não há mistérios... só vaticínios e, nossos passos
23.09.2011
mecenas
gestor - meus carinhos
amante - meus pensamentos
domador - meu corpo
contemplador - meus sonhos
estranho observador
morador em mim
estrela cadente me leva
apaixonado - meus sorrisos
viajante - minhas.nossas memórias
condutor - meu trem imaginário
gosto de rever meus arquivos . também são teus e alheios . a cada "documento", aromas e músicas nos envolvem - presentes .
21.09.2011
atenta
grilo canta noite e meu amor
vagalume nos acende: íntimos segredos
umbuzeiro nos esconde de assombração
velas aquecem luar minguante que passa por nós
estalos mato a dentro
rastros de cobra - entardecer
frescor incita viagens
nosso trem ainda não partiu
e já estamos lá
20.09.2011
paisagem
flores na paisagem
limo verde.mar
suspiros, passado
ecos pele.a.pele
rotas q’ ultrapassam: mar
sentidos avançam
nossa insensatez
respingos: sentimento alheio
poças de lágrima - nós
em brilho.velho
de sangue escravo ancestral
reentrâncias de pedras nunca se lavam
ladeiras, intolerância
dor tão alheia e quão nossa
águas descem.sobem
memórias vão.e.vêm
mar, sentidos ultrapassam
sol abrasa
alma, ilusões esfaceladas
17.09.2011
aroma
muitos tempos passam aqui
agora não é tarde
nunca ainda não passou
instantes me esperam, já
há calma na cidade
vagam velhos fantasmas e ruas
é madrugada
feras caminham sorrateiras bem perto
cheiro de podre ou de mar
quente se torna em tudo
bafo se torna em nada
ar.ti.fi.ci.ais
14/09/2011
arquitetura
sonhos de ontem, sofrimento
os de hoje, vida
teço desejos em teu olhar:
percebes?
sob água quente
sertão novo
espreita
braço do rio
flerte engastado
nossos silêncios
mandacaru trepado em barriguda
lição de vida e malabarismo
estamos dentro da viagem
somos flor d' invernada
beijo de ponta.cabeça nos espera no ar
risco o abismo em furtacor
sou
seu riso despontado
no instante
à sombra do agora
espero chuva apear do galope com o vento
pra nos molhar
07.09.2011
vaga e lume
contentamento sem maquiagem
enigma que não se esconde
no corpo, morada do encontro
sei que posso viver de sonho
ainda há vírgula, distância necessária
conhecemos juntos outra forma de presença, além abraço
05.09.2011
aura
corpo se expande além de si (rumo ao outro/a), feito alma independente de morada . porta aberta ao toque . sinestesias compartilhadas pele.a.pele . convenções reinventadas no ainda irreconhecível universo dos gestos . olho finge ver apenas imagem dada . poética do olhar: insistência em compartilhar segredos, desvendar outros . por outra lógica - interlocução .
01.09.2011
(remodelados em 15/03/2017)
[Andréa do N. Mascarenhas Silva]
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(1) Imagem - http://www.flickr.com/photos/pfragoso/3039003859/
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