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sempre se faz tempo desejado . madrigais de esquecimento . tanges calma pelas
horas . por cá, limo avessos já desconhecidos . sete cabeças pensam por sul e
norte . tabuadas esquecidas gritam murmúrios: lá ficam sem prova e razão . madalenas renovam prantos
. são tempos de desengano . um choro corta sentença, rasga o universo,
lancinante . longe.perto, sangue irmão poliglota . restam trincheiras ainda .
fronteiras como nunca, fechadas pra serem esquecidas, jamais transparentes .
enquanto escrevo um anjo nos deixa mais órfãos . sonhos ensanguentados colorem
um desenho riscado ao chão . imaginação traficada, brincadeiras bélicas .
infância escravizada . reis meninos habitam os céus: hão de brincar com nuvens,
a inventar traquinagens, trocar chumbo quente por infinitas pétalas de flor,
fazer chover estrelinhas de elixir pra curar toda dor . dormem nossos filhos
nessa hora insana . fábulas inanimadas, há muito ultrapassadas . vez e voz aos
clássicos de guerra . lotam livrarias livros em branco. não basta viver
batalhas sangrentas . o fetiche nunca se completa .
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
20.07.2014
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1 FONTE DA IMAGEM: http://3.bp.blogspot.com/-_QrwIR0DstM/UJW6GuSj-jI/AAAAAAAAFII/mREdU7qUcas/s1600/gaza3.jpg e http://arquivosdeimagensjuliana.blogspot.com.br/2012/11/sofrimento-palestino.html - ADVERTÊNCIA: as demais imagens desse site são chocantes, mas necessárias para entender o que se passa nessa parte do mundo.
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