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nem orto nem doxa . natureza viva pra contradizer sempres
. maio com laivos de fevereiro . histriônica
certeza de não ser quem penso . apresento minhas versões melhoradas em incertos
arquivos de byte . quero entender eterno balido que me toma os ouvidos cedo ou
tarde e nunca diminuto . ser em paris ou em qualquer mundinho, importa o que invento
. tenho tempo para arredores de porvir . luzes encontram passos que abrem
madrugadas . eternidade se avizinha no alcance do facho . olhos semicerrados
abandonam adeus apressado . deixo as cortinas correrem sem se fecharem - eis a plateia
que espera por mais . torres imitam gravatas em tempos de protocolo . paisagens
verticais me tomam o fôlego e me querem como elas: de passagem, esticada, à
margem . esqueço a velocidade da luz pra ouvir grilos em noite de estrelas . tantas
cidades caducam incertezas de gente dormente . claridades intrépidas tomam árvores
de supetão quase o ano inteiro. em vão a metrópole não dorme . alenta-me a
certeza de sempre.vivas.primaveras .. ervas que deixam praças e invadem bancos ..
tinta.cor a subir pelas paredes sem cobrar ingresso .. sapatilhas de ponta
sobre asfalto .. cenas de Maiakovski no botequim ..
26.09.2013
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) Fonte da imagem: http://imguol.com/2013/01/31/jan2013-foto-tirada-por-pe-lu-do-restart-mostra-a-torre-eiffel-cartao-postal-de-paris-1359644684857_1920x1080.jpg
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