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poesia de
momento, jogada sobre papel vazio . vácuo que anuncia meus estios em horas
desaceleradas . sob palavras esvoaçam apelos cegos . prendo soluços roucos pelo
tempo, aqui . ontem nunca deixa de ser hoje, sei disso sempre amanhã . rua
marca pele que não se esquece, porque tenho olhos inconclusos e passos para
além de nós . estrelas acompanham réstias que se desprendem de mim . nesse tom
me permito ser toda madrugada . alinhavo cá dentro reflexos de teus pensamentos
esquecidos ao relento-passado . gritos desimportantes deixam de nos abalar
desde que nos importamos mais com nossos azuis e nada se fez menos . céu
escurece em nossas noites claras, assombradas apenas por rastros de nossos
encontros cadentes . tenho marcas abissais mas não me perco nelas . sei a exata
profundidade desse mar que me ensina a ser oceânica como ondas que vão e vem e
são mais que si mesmas, sem perder a leveza oportuna dos ventos . gosto de
querer sonhos impossíveis, sobretudo quando me dizem que não adianta sonhá-los
. sou radicalmente do contra, nessas horas .
26.07.2013
Andréa do
Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) Fonte da Imagem: Noite Estrelada - Star night, de Vincent Van Gogh - http://goodburger.files.wordpress.com/2012/03/starry_night_over_the_rhone.jpg
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