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perco-me das iluminações opacas sob o olhar que me permito . tenho retinas alarmadas, pré-avisadas ante os abismos . sinto o cheiro podre de promessas fantásticas, de guinadas travestidas de sucesso . acolho ventos errantes em meu peito porque já senti falta de ares . pareço astronauta nesse mundo vão . minhas escolhas se mostram velhas, apesar de vestir calças de irreverência . escolho durabilidades frágeis, que são vistas como fantasmas alienados . não quero explicar a aura que me atrai nas coisas para não perder tempo que quero dedicar a elas . crianças são meus mestres soberanos: crescem umas, outras tomam o comando . não tenho todo tempo e desdobro meus instantes sobre cronos . ocupo nano.espaços na captação de ares líricos . pés encontram praia que banha meu imaginário . sou apenas esse frescor a invadir alma a dentro . preciso escrever a carta que vai ao futuro e que me (des)escreve, enviesada, hoje .
29.08.2013
Andréa do Nascimento Mascarenhas Silva
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(1) FONTE DA IMAGEM: http://artecontemporaneanaocupacaoprestesmaia.wordpress.com/
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